28 de maio de 2010 – Sala Paraíso (Teatro Carlos Gomes) – 11h/13h
dan marins, diogo liberano e natássia vello.
dan marins, diogo liberano e natássia vello.
passadão. nossa peça é extremamente marcada. cada movimento tem seu tempo, cada ação sua duração específica. mas como encontrar algo novo em meio ao já sabido? como oxigenar as engrenagens? neste ensaio, por não lembrarem de algumas ações ou falas, por estarem assim como os personagens tentando lembrar dos movimentos e das falas, tentando lembrar das intensidade, surgiu aquilo que nomeio agora de GESTO-ERRO. tanto o dan quanto a natássia erraram ao mesmo tempo um gesto e o impediram de acontecer. ao mesmo tempo. logo, não foi um erro. foi uma espécie de movimento interrompido feito em simultâneo pelos dois. pedi aos dois que deixassem isso na peça. aos poucos a lógica do tentar lembrar, do se esforçar para lembrar dos gestos e das intenções, acaba tocando no âmbito da representação.
não apenas ELE e ELA que tentam se lembrar dos acontecimentos. os atores também o fazem. neste dia, depois de um passadão e alguns ajustes, fizemos uma última passada para as meninas que atuam em GODOT, cujo ensaio aconteceria em seguida. dan disse perguntei o seu nome e você disse alguma coisa como frida kahlo. percebi nesse passadão como corremos o risco de querer dotar de sentido cada movimento que desde o início do processo foi apenas um movimento. é preciso continuar acreditando nessa secura do espetáculo. nessa falta de paixão como disse uma das atrizes de GODOT ao comentar sobre a cena.