bom, encerrou-se a pequena temporada de três apresentações na UFRJ. nos apresentamos na quarta (02/12) às 18h e na quinta (03/12) às 17h e 19h. foram três apresentações muito parecidas. o espetáculo tem um pouco mais do que 30 minutos. vê-lo três vezes me fez pensar que talvez agora eu possa começar a compreender o que ele é. ou, talvez, o que ele pode vir a ser.
muitas intenções, muitas buscas, muitas tentativas só nas apresentações vieram a se concretizar. muito do que foi pedido aos atores durante o processo só veio no dia, mas veio tudo tão puro, tão genuíno, tão essencial. uma felicidade tamanha a minha, porque era visível que o nosso esforço de criar revelações também causava algo em quem assistia. não quero avaliar positivamente ou negativamente, mas sim expor um pouco do que vi. um pouco do que foi compartilhado. do que foi sentido.
o que mais ouvi sem dúvida foram comentários que esbarravam no vazio, na forma em como os personagens lidavam e falavam de algo que já passou, algo este impossível de ser revivido. me encontro então com a idéia inicial de não tentar expor o que foi, porque aquilo que foi já se acabou. e a peça (talvez a luz branca, excessivamente fria) foi se revelando mais com esse distanciamento, com essa emoção contida, quase seca, quase inexistente. senti uma peça de palavras, um longo poema de 30 minutos. quando os corpos começam a esquentar, tudo acaba. tudo se consome. também a liberdade. também a memória.
comentários variados. impressões variadas. todas sendo reunidas e conversadas. porque faz parte do processo. agora que nasceu, é preciso educar. mas não podando, não cortando. e sim aperfeiçoando, ensinando a caminhar sem minhas mãos. ensinando a se descobrir. ir permitindo o voo.
clique nas fotos para vê-las em seu tamanho original.