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quinta-feira, 12 de novembro de 2009

# 18


11 de novembro de 2009 - Sala 504 (UNIRIO) - 20h30/23h
dan marins, diogo liberano e natássia vello.

. ficamos uma semana sem ensaiar, isso parece assustador, mas não temos tempo para sofrer, precisamos meter a cara na pesquisa e erguer mais cenas;

. fizemos uma passada do texto do primeiro movimento, como havíamos decidido num ensaio anterior. o texto não estava tão firme. discutimos o entendimento do primeiro movimento e disse a eles que esse cara acabou de matar essa mulher e acabou de ter falhado na tentiva de dispersar esse horror, esse fato indispersável. a partir dessa falha, ele começa a dialogar com este horror. ele toma consciência disso, por isso logo logo ela começa a dizer "Você sabe por quê?", que é justamente tudo o que ele não quer pensar nem ouvir;

. a partir disso, compreendemos que ela está apavorada, porque começa a compreender que este cara a torturou sem motivos reais, tudo com o intuito de a ter por perto. a intensidade de suas violências se justifica - para ELE - na medida em que se sentia bem quando com ela, quando a dominava, quando a desvendava. o horror dela cresce a cada segundo, pois vai percebendo que ele inventou muitas coisas e muitas dores e muitas torturas que não se sustentam por "argumentos válidos. tudo foi para que ele estivesse perto dela;

. os atores começaram a improvisar a cena a partir deste entendimento. indiquei apenas que usassem o texto da cena, que a natássia estivesse presa dentro da estrutura e que passasem pela sequência de movimentos;

. a improvisação não rolou, porque eles esqueceram o texto em vários momentos. sequer conseguiram jogar sem o texto. o que fazer? dei tempo (de 21h15 às 22h) para que fizessem uma composição com as seguintes solicitações:

- um PITI de natássia
-- uma REAÇÃO COM A CABEÇA feita por dan
--- a direção do palco característica do primeiro movimento
---- um movimento feito pelos dois sincronizadamente, mas descolado (ou seja, sem toque)
----- um trecho da sequência de movimentos feito pelos dois (sem toque)

. eles apresentaram, depois do tempo concedido, um esboço de uma composição. a partir desta composição, pontuei coisas e descobrimos outras novas.

. primeiro disse que desejo, em PDD, tudo aquilo que é violento, verborrágico, forte, intempestivo, exagerado, descontrolado, visceral. isso tudo primeiro, depois se limpa;

. depois, percebi que o dan criou um jogou de não ver esse corpo e de falar com ele mesmo assim. é como se a história acontecesse dentro da cabeça d'ele. falta-nos descobrir qual melhor jogo pode sinalizar isso.
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