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quarta-feira, 4 de novembro de 2009

27 de janeiro de 2009.

Rio de Janeiro, 27 de janeiro de 2009.

Terça-feira, início da madrugada. Não posso ir dormir tarde, porque trabalho amanhã. Só mesmo para registrar aqui que os trabalhos têm evoluído em PDD. Estou estudando durante todos esses dias e o mais importante, me sinto movido a estudar a peça. Não é forçado, é desejado. Estou juntando referências, fazendo download de filmes. Estou lendo O AMANTE, de Marguerite Duras. E fico vendo no livro possíveis associações com as personagens de PDD. Tudo ainda é muito início, mas é importante dar forma, na minha cabeça.

Coisas importantes: convidei a Natássia, não sei se já tinha colocado isso aqui. Ela topou. Eis que me lembro do amigo Andrêas. Bom, liguei para ele e perguntei se toparia um encontro para ler uma peça que provavelmente, disse eu, seria a minha Direção V. Ele topou, vou marcar para esta sexta-feira.

No mais é isso. Lendo Grotowski, lendo a peça, lendo até mesmo Freud. É hora de mexer em mil referências, para depois tudo dar forma. Só para registrar, por último, eu citei Freud porque estava lendo e percebendo como estamos lidando, em PDD, com o inconsciente coletivo. Isso é Jung, eu acho. Mas esse estereótipo do homem e da mulher, enfim. Depois desbravo. Mas ELA, em PDD, subverte a pose (posse) do homem, pela mudez. Estranho.

Noite.
Conversa com o Danney pelo MSN:
Daniel diz:
acho q os artistas brasileiros em geral tem mais engajamento
mas esse vinculo eh super frutifero
eu acho q pode e deve afetar a tua cena

did.i.os diz:
pois é
eu trabalho num centro de referencias de mulheres
ou seja

Daniel diz:
pra justamente fugir do estilo comedia de costumes de meia lua

did.i.os diz:
um centro q presta serviços, de referencia, para mulheres q sofrem violencia
é
e no final do ano
eu percebi isso esses dias
estreio uma direção q fala de uma mulher q é violentada pelo parceiro
só q é tão distante o tema do que é o texto
é uma poesia argentina, uma dramaturgia finíssima, deliciosamente bem escrita, com as palavras inevitáveis
eu parei pra pensar nestes dias e vi
estou falando do tema do meu trabalho
de uma mulher q se nega a dizer para todos que apanha do marido pq sabe q isso o fara se sentir melhor, orgulhoso do mal q propaga
é mto sério na verdade
medo.
silêncio.

Daniel diz:
entendo
talvez ela sinta prazer nisso

did.i.os diz:
pois é

Daniel diz:
talvez ela nao queira diminui-lo

did.i.os diz:
nao posso nao pensar nisso
é a mulher usando a sua vitimização para ser agente da violência

Daniel diz:
resta saber se ela sofre em silêncio ou se existe um fundo de prazer doentio nisso

did.i.os diz:
sim
e a questão
o q é sofrer em silencio com uma plateia ao redor?
o texto se chama
PAS-DE-DEUX
sabe o que é?

Daniel diz:
hm
eh uma referencia ao ballet

did.i.os diz:
um passo de ballet

Daniel diz:
mas traduzindo
ao pé da letra
pode dizer passo de dois

did.i.os diz:
exato
quer dizer q é um passo q só é feito com duas pessoas

Daniel diz:
nao dois

did.i.os diz:
exige um parceiro

Daniel diz:
pas tb eh a forma negativa do francês

did.i.os diz:
hummmmmm
é verdade
pas-de-deux ou o contrário disso, algo como não mais dois

Daniel diz:
no caso, dificil de traduzir

did.i.os diz:
gente
vc complicou ainda mais a minha vida, adoro

Daniel diz:
pq qndo vc diz
pas de deux....
deux alguma coisa
nao duas....
algo do tipo
.