Rio, 21 de abril de 2009.
O encontro com a Jéssica foi maravilhoso. Tivemos apenas uma hora de diálogo em virtude de desencontro. De qualquer forma, ressaltei como desejava trabalhar com ela e de como este trabalho pressupõe a leitura dela sobre tudo o que estiver sendo feito. Disse que preciso do inseguro – é verdade – para criar.
Ela está disposta a cuidar das questões estéticas, da direção de arte, pensar junto comigo o cenário, figurino, iluminação e cores da peça. Além disso, ressaltei a importância de um pensamento focado no espaço.
Ela está super dentro e muito empolgada. Já para a leitura que desejo marcar para esta semana, desejo que ela esteja presente.
Estudos.
Dei um gás no estudo sobre inconsciente coletivo e arquétipos. Pesquisei sobre a psicologia analítica ou junguiana ou complexa. É tudo muito interessante e faz todo o sentido. A idéia é entender esses conceitos e trabalhar a partir deles, sem ficar preso. Foi muito interessante descobrir alguns arquétipos como persona, anima e animus.
Descobrir no homem um comportamento feminino, seu arquétipo. E na mulher, um masculino. Pensar que são estes arquétipos gerados e em constante mutação. Tenho que estudar ainda mais, mas de cara já se encaixa.
Voltei rapidamente ao Grotowski para entender que o ataque que ele direciona aos arquétipos, ou seja, às manifestações do inconsciente coletivo, tem intuito de gerar no espectador a auto-análise, gerar no espectador a autonomia para se ver. (Volta-se aos conceitos junguianos, no sentido de essa autonomia gerar na consciência a noção do que há de inconsciente, ou seja, tem a ver com o processo de individuação. Encenar ao espectador para gerar nele a possibilidade de se reconhecer e de se buscar um ser uno. É pretensão demais? Pode até ser, mas é um caminho a seguir, um objetivo a ser atingido, pesquisado, processado...).
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